segunda-feira, 19 de abril de 2010

Solidão

Estava escutando o tema Guaguanco, do álbum Danzon de Arturo Sandoval, e de repente me senti só… Acontece-me muitas vezes sentir-me assim. Dizem que a solidão é essência do ser humano, que cada pessoa vem ao mundo sozinha, atravessa a vida como um ser em separado e, no final, morre sozinho… Isso parece triste, mas é mesmo assim! Que fazer?

O ser humano é por natureza solitário, e por mais incrível que pareça, ele não consegue viver sozinho… tem de estar sempre inserido num grupo… tem sempre a necessidade de pertencer a um grupo... de estar acompanhado (bem ou mal)!

Certamente o meu amigo Jimm’s estará pensando que estou me sentindo só porque não estou inserido em nenhum grupo, ou porque então não estou acompanhado… Jimm’s, dir-te-ia que por pouco tinhas razão!

É que esse tema, Guaguanco, me faz lembrar de um acidente que presenciei ao cair duma noite fria na cidade de Torino… Quando tudo aconteceu eu estava passeando com o meu MP3 escutando esse tema. Nunca mais dissociei essa música desse acontecimento!

Enquanto estavam a espera da ambulância, vi tristeza no rosto do condutor… via-se que ele se sentia sozinho… apesar de estar rodeado de curiosos (inclusive eu!)… Depois ele lembrou-se do telemóvel, e vi-o fazer uma ligação… minutos depois chegaram dois amigos dele… Notei um certo alívio… Que bom ter amigos! Ter alguém que nos quer bem!

Coincidência ou não, Guaguanco começa triste e depois torna-se ligeiramente alegre…

E eu? Já sei! Estou atravessando a vida em separado, para no final morrer sozinho… Atenção, no final! Caro Jimm’s não vale a pena preparares o teu fato preto, porque ainda falta muito!

---- Para escutar o tema Guaguanco clique aqui ----

3 comentários:

Gisele Naconaski disse...

Abel querido:

Linda crônica e que nos remete aos dias de Torino!
Guardo uma frase comigo: todos nascemos, vivemos e morremos sós, mesmo que bem acompanhados. Aprender a viver consigo mesmo é o grande aprendizado.
Obrigada por partilhar!
Um beijo grande
Gisele Naconaski Casals

monteiroabel@hotmail.com disse...

Oi Querida Gisele,
Que bom que apareceste por aqui! Sabes, esse acidente de que falo nesta crónica aconteceu perto daquele Kebab que a malta da CPLP Sindical frequentava (perto do Hotel Lacroste).

Sabes, ao escrever essa crónica senti saudades dos tempos de Torino e da Malta toda!

Um abraço pra ti, teu filho e teu marido!

Comandante Che Rodriguez falou!

Anónimo disse...

Gostei desta crónica da primeira vez que a li mas, na altura, como aliás te disse há dias, o blogger não me permitiu deixar um comentário. "Solidão" - tema inesgotável, triste... ou, quem sabe nem por isso! Por vezes, é melhor estarmos sós, para nos encontrar de novo a nós próprios...
Inês