Estava escutando o tema Guaguanco, do álbum Danzon de Arturo Sandoval, e de repente me senti só… Acontece-me muitas vezes sentir-me assim. Dizem que a solidão é essência do ser humano, que cada pessoa vem ao mundo sozinha, atravessa a vida como um ser em separado e, no final, morre sozinho… Isso parece triste, mas é mesmo assim! Que fazer?
O ser humano é por natureza solitário, e por mais incrível que pareça, ele não consegue viver sozinho… tem de estar sempre inserido num grupo… tem sempre a necessidade de pertencer a um grupo... de estar acompanhado (bem ou mal)!
Certamente o meu amigo Jimm’s estará pensando que estou me sentindo só porque não estou inserido em nenhum grupo, ou porque então não estou acompanhado… Jimm’s, dir-te-ia que por pouco tinhas razão!
É que esse tema, Guaguanco, me faz lembrar de um acidente que presenciei ao cair duma noite fria na cidade de Torino… Quando tudo aconteceu eu estava passeando com o meu MP3 escutando esse tema. Nunca mais dissociei essa música desse acontecimento!
Enquanto estavam a espera da ambulância, vi tristeza no rosto do condutor… via-se que ele se sentia sozinho… apesar de estar rodeado de curiosos (inclusive eu!)… Depois ele lembrou-se do telemóvel, e vi-o fazer uma ligação… minutos depois chegaram dois amigos dele… Notei um certo alívio… Que bom ter amigos! Ter alguém que nos quer bem!
Coincidência ou não, Guaguanco começa triste e depois torna-se ligeiramente alegre…
E eu? Já sei! Estou atravessando a vida em separado, para no final morrer sozinho… Atenção, no final! Caro Jimm’s não vale a pena preparares o teu fato preto, porque ainda falta muito!
---- Para escutar o tema Guaguanco clique aqui ----
3 comentários:
Abel querido:
Linda crônica e que nos remete aos dias de Torino!
Guardo uma frase comigo: todos nascemos, vivemos e morremos sós, mesmo que bem acompanhados. Aprender a viver consigo mesmo é o grande aprendizado.
Obrigada por partilhar!
Um beijo grande
Gisele Naconaski Casals
Oi Querida Gisele,
Que bom que apareceste por aqui! Sabes, esse acidente de que falo nesta crónica aconteceu perto daquele Kebab que a malta da CPLP Sindical frequentava (perto do Hotel Lacroste).
Sabes, ao escrever essa crónica senti saudades dos tempos de Torino e da Malta toda!
Um abraço pra ti, teu filho e teu marido!
Comandante Che Rodriguez falou!
Gostei desta crónica da primeira vez que a li mas, na altura, como aliás te disse há dias, o blogger não me permitiu deixar um comentário. "Solidão" - tema inesgotável, triste... ou, quem sabe nem por isso! Por vezes, é melhor estarmos sós, para nos encontrar de novo a nós próprios...
Inês
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